Plágio ou influência?
O pop/rock nacional já nos legou bons plágios, citações e coisas do gênero. Dê uma olhada nessa lista maldita...
CAMISA DE VENUS: O camisa roubou, na maior cara de pau, refrões, letras e músicas inteiras, sem dar crédito. Marcelo é novidade só no nome. Entre os roubos da galera estão "Controle total" (versão para o português, sem crédito para o original, de "Complete control", do Clash - o disco ainda vinha com a inscrição "inspirada no Clash"), "Sílvia" ("inspirada" em "Sorrow", gravada por David Bowie), "Passa tempo" ( de "That´s entertainment", do Jam), "O adventista" ( puro"I believe", dos Buzzcocks) e "Só o fim" (com duas músicas dos Stones juntas, "Gimme shelter" e "Time waits for no one").
IRA!: O grupo de Nasi, Edgard, Gaspa e André foi acusado de ter plagiado um poeta português chamado Reinaldo Edgard Ferreira. A banda tinha feito "Receita para se fazer um herói", cuja letra era igualzinha a um poema do luso chamado "Receita de herói". O problema é que a letra tinha sido "feita" por um amigo (da onça) de quartel de Edgard chamado Esteves, e a banda tinha gravado a música sem nem pedir permissão ao tal amigo - tanto que o disco Psicoacústica (1988) tinha nos créditos a frase 'Esteves, cadê você?'. O Ira! aproveitou ainda a levadinha de "Start!", do Jam para fazer "Longe de tudo".
PARALAMAS DO SUCESSO: Um antigo amigo de faculdade de Bi Ribeiro acusou a banda de ter plagiado uma obscura banda de reggae africana em "Alagados". E um radialista de São Paulo lançou o boato de que "O beco", sucesso da banda de 1987, tinha sido chupado de "Johnny B. Goode", na versão de Peter Tosh.
CAPITAL INICIAL: Dinho & cia. pegaram o "hu ha hu ha" de "Pedra na mão" de 'Welcome to the pleasuredome", do Frankie Goes To Hollywood.
LEGIÃO URBANA: Renato Russo pegou o "hey white boy/what are you doin´in the town?" de "Waiting for the man", do Velvet Underground, e inseriu na cara-dura em "Mais do mesmo" ("hey menino branco/ o que você faz aqui?"). Mas a Legião até costumava dar crédito às citações que pegava por aí. Uma das mais curiosas é a de que o grupo teria pego trechos da melodia de "O bêbado e a equilibrista" (de João Bosco e Aldir Blanc, mas imortalizada por Elis Regina) para incluir em "Perfeição".
BIQUINI CAVADÃO: Bruno Gouveia & cia. foram acusados pelo jornalista Álvaro Pereira Júnior de plagiar "In between days", do Cure, em "Escuta aqui". O problema é que "In between days" (aquela música que era tema do ClipClip, da Globo, lembra?) sempre tinha sido acusada de ser plágio de "Dreams never end", do New Order. Eu chupo, tu chupas, ele chupa...
MUTANTES: Rita, Arnaldo e Sérgio deram uma chupadinha cara-de-pau nos Stones: praticamente criaram outra música em cima da melodia de "Brown sugar", fazendo "Beijo exagerado". Além disso, o riff de "Time of the season", dos Zombies, paira sobre "Ando meio desligado". Cesar Baptista, pai de Arnaldo e Sérgio, palpitou sobre músicas dos Mutantes e escreveu letras inteiras para eles, como a de "Tempo no tempo", e não recebeu crédito, provavelmente por opção própria (ele era secretário do político Adhemar de Barros e não pegaria bem aparecer como parceiro de uma banda de rock).
TITÂS: O então octeto paulista chupou o arranjo de "I´m free", do Who, deu uma mexidinha básica e meteu no final de "Desordem" (do disco Jesus não tem dentes no país dos banguelas), além de copiar umas frases de "Damaged goods" (do Gang of Four) para incluir em "Corações e mentes" (do mesmo disco). Cabeça Dinossauro é chupado de "Cadê as Armas", das falecidas Mercenárias.
ENGENHEIROS DO HAWAII: há rumores de que a letra de "Infinita highway" tenha sido chupada de uma música dos Talking Heads chamada "Road to nowhere". Além disso, Humberto não quis que "Terra de gigantes" fosse a música de trabalho do disco A revolta dos Dândis (1987) porque achava que a música, no fundo, era plágio de "Filho único", de Erasmo Carlos (que também tinha um "hey mãe" no início).
KID ABELHA: Ao que consta, o Kid pegou a intro de "London calling", do Clash e deu uma acochambrada pra encaixar na intro de "Educação sentimental II". Mas ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão: "London calling" pagava tributo, em sua introdução, a "Odorono", uma obscura composição do Who. E ainda tem "Como eu quero", que durante anos foi acusada de ser plágio de "Time after time", da Cindy Lauper. Sobre isso, o produtor Liminha se manifestou com rara sinceridade.
RAUL SEIXAS: Raul praticou por muitos e muitos anos a fellatio musical. O único admitido foi o de "Rock das aranhas", que Raul disse ser copiado de um antigo rock gravado por Elvis Presley, "Killer driller", mas o mais cara de pau é "S.O.S.", idêntica a "Mr. Spaceman", dos Byrds. Isso sem falar em "Eu nasci há dez mil anos atrás", homônima de um country gravado também por Elvis ("I was born 10.000 years ago"), "Loteria de babilônia", cuja finalização é chupada de "How many more times", do Led Zeppelin (que já era chupada de "The hunter", um antigo blues de Albert King) e a pouco conhecida "O dia da saudade", que mistura duas músicas dos Beatles ("Back in the U.S.S.R." e "Get back").
ULTRAJE A RIGOR: Logo assim que saiu o compacto "Eu me amo"/"Rebelde sem causa", em 1984, o jornalista musical Pepe Escobar falou a respeito de "influências" do grupo Madness na segunda música. E a revista BIZZ falou que "Rebelde sem causa" era bem parecida com a música "L'Aventurier", de um grupo chamado Indochine. A BIZZ também lançou a pergunta: "de que música do The Police foi chupada a guitarrinha da introdução de 'Ciúme' ?", mas ao que parece, ficou só nisso.
BLITZ X ULTRAJE A RIGOR: Evandro Mesquita & cia. lançaram em 1984 a música "Egotrip", quase ao mesmo tempo que o Ultraje a Rigor lançava "Eu me amo", e as duas músicas tinham refrões idênticos.
PARALAMAS X LOBÃO: Lobão acusa Herbert & cia. de plágio mais ou menos desde 1983, quando os Paralamas lançaram o disco Cinema mudo e Lobão enxergou semelhanças entre o título desde disco e o do seu LP Cena de cinema (fora a maneira de cantar de Herbert, que ele diz ter sido decalcada do modo como ele cantava no início da carreira). Isso sem contar que ele diz que a faixa título do disco é plágio de uma música de seu ex-guitarrista Guto Barros, chamada "Rastaman in the army" (Herbert disse que "Cinema mudo" nasceu num show que a banda deu em Canela -RS, anos antes disso tudo). Depois Lobão reclamou de "plágio conceitual" de "Me chama" em "Me liga", também dos Paralamas, e disse que Herbert teve a idéia para fazer "Alagados" e o disco "Selvagem" ao ouvir sua música "Revanche" (que tinha o verso "a favela é a nova senzala").
PARALAMAS X ULTRAJE A RIGOR: Não chega a ser bem um plágio, mas é uma história das mais cabulosas. Em 1985, no palco do Rock In Rio, Herbert Vianna, á frente dos Paralamas, dedicou o festival "às bandas de São Paulo" e tocou "Inútil", do Ultraje a Rigor, numa apresentação histórica. O grande problema: Roger, que estava no camarim do festival e assistiu a tudo "das coxias", até hoje reclama que Herbert cantou a música sem explicar que era do Ultraje e muita gente deve ter pensado que "Inútil" havia sido feita pelos Paralamas...
TIHUANA: O grupo foi acusado de ter copiado "Praia nudista", seu primeiro sucesso, de uma banda latina, e "Pula!", seu segundo hit, de uma banda chamada King Kong de Konga. Em ambos os casos ficou difícil negar a acusação.
JORGE BEN: O velho suingueiro mandou bala em Rod Stewart, que teria copiado o refrão de "Do you think I´m sexy?" do "tê-tê-teteretê" de "Taj Mahal". Rod conseguiu transferir a culpa para seu parceiro Carmine Appice e, quando foi obrigado a ressarcir Jorge, anunciou que tinha doado toda a grana da música para a UNICEF - o que fez com que Benjor não conseguisse receber até hoje a paga do plágio. Só que Benjor também andou recebendo acusações: sua música "Todo dia era dia de índio" foi acusada de ter trechos surrupiados de uma matéria do Jornal (Mural) do Brasil, lançada nos anos 70.
ZÉ RAMALHO: Pegou uns trechinhos de uma história do Incrível Hulk (isso mesmo, do Incrível Hulk) e compôs a letra de "Força verde". Depois admitiu ter realmente pego trechos da historinha, mas que não deu crédito porque não sabia como ia fazer para colocar o nome do parceiro.
PATO FU: O ex-Sexo Explícito Rubinho Troll pegou "Alfômega", uma música semi-desconhecida de Gilberto Gil (gravada por Gal Costa no anos 60). Botou outra letra em cima da original, chamou de "A necrofilia da arte" e mandou para os amigos do Pato Fu, que gravaram a música no disco Televisão de cachorro. Antes de gravar, porém, o pessoal do Pato Fu teve o bom senso de procurar Gil, que adorou a música e deu parceria para Rubinho.
ROBERTO & ERASMO: A dupla foi acusada pelo músico Sebastião Braga de ter copiado a melodia de "O careta" de uma canção do músico chamada "Loucuras de amor" - curiosamente, Sebastião (seria um parente perdido do Rei?) vem se dando bem nos tribunais e o agravo regimental de Roberto & Erasmo (que já tentaram reverter a ação diversas vezes) foi até negado.
MORRIS ALBERT: "Feelings... uôu, uôu, uôu, feelings..." Sim, o velho sucesso do coisa-nossa Maurício Alberto Kaissermann (nome verdadeiro do cara) também foi acusado de ser plágio. O plagiado em questão foi o francês Louis Gaste, que reconheceu em "Feelings" trechos surrupiados de sua música "Pour Anne". Morris foi considerado culpado e, mesmo sendo obrigado a ressarcir Gaste (e a colocá-lo de parceiro na música), até hoje nega o plágio. Recentemente, Morris processou a banda norte-americana Offspring, que fez uma versão da música com trechos modificados.
Posted by Sandino at dezembro 13, 2004 04:11 PM
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